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“So, I just kept dreaming,
It wasn’t very hard
I spent all this time
Tryna figure out why
Nobody on my side”
É constatando a ausência de certas pessoas e temas em minha vida neste momento que percebo a importância de minhas primeiras trinta e uma voltas ao redor do sol. Agora, posso dizer que meus vinte e poucos anos definitivamente ficaram para trás.
E pouco tenho para lamentar. Nesse tempo, descobri como amar o que/quem eu gosto e a gozar com o contrário, o contraditório. É um estado de vida que desejo para muitos.
No entanto, não me iludo. E só. Se os vinte são esse lugar de tateio da pureza e do perigo das coisas e pessoas todas, nos trinta as cicatrizes já coçam antes mesmo do sentido aranha apitar — o que tem seus prós e contras, prazeres e dores.
But it feels so nice to know I’m gonna be alright”
Nos trinta, fica mais fácil explicar tudo em dualidades também. Há quem diga que a pretensão é a marca da juventude; havemos de ponderar sobre seu sentido então. Os trinta são os novos vinte só para os quarentões, esse é que é o problema.
Mas, o papo de velhice também não cola. Trinta é a vida no seu estado-da-arte, as cartas colocadas na mesa e conosco já sabendo um blefe ou outro. Eu ainda não sei quais mentiras contar e acreditar; só sei que quero e vou falar.