A falta que (faz) parte
“Don’t pay no mind
To my watering eyes
Must be something in the air
That I’m breathingYes, and try to ignore
All this blood on the floor
It’s just this heart on my sleeve that’s bleeding”
Dizem que escritores precisam buscar experiências para ter o que escrever. Mal sabem estes do poder dos delírios — ou da mente pisciana. Pretendo amar a tudo e todos, mesmo que o custo seja meus sete sentidos. Quem me dera, inclusive, poder apenas excluir essa dimensão da existência. Tudo que preciso está escrito no vento.
Hoje, tenho mais empatia para com Jesus; não é nada fácil andar por aí, salvar pecadores e tudo o mais com um buraco nas palmas das mãos. Contudo, não há modo nesta vida de viver com essa úlcera no estômago que lacera até os mais bonitos dos sentimentos. Há quem diga que são estas as tais das borboletas…
Pobres que são, acham que amor é isso que se vê por aí e só. Au contraire, my friend; é daqueles coisas que não se sente nem vê. Os filósofos têm um nome para isso: imanência. Nunca a entendi no contexto epistemológico, por isso corrompo-a pensando na imprescindível sinceridade devida ao código Morse que o coração faz quando os olhos veem determinadas pessoas.
Já se faz a noite que cai, e é tempo de descobrir novos porquês para continuar. É necessário estamina; a vida é constante invenção. Não é a toa que Da Vinci morreu doido.
Será que, quando partiu, ele sentia que encontrou o que procurava?