Adeus, passarinha
“You’re the cutest thing that I ever did see”
Você me conhece. Não sou de pensar muito no que não dói, quiçá escrever sobre, mas, em meio a tanto amargor, rememorei tua rebeldia, de como sonhei contigo e seu bater de asas. E aquele limoeiro. O do poeta, lembra? Que você tão gentilmente me mostrou, em meio ao vendaval que soprava de tuas asas.
Também lembro daquela raposa que te ofereci. Não a do livro, a do jogo! Você a negou porque quisera ter sido vista enquanto a garotinha. Mais um dos pesos do nosso voo. Impus a triste perspectiva dos humanos no teu coração animal selvagem, solitário eternamente a procura do bando (ou da matilha), que eu desesperadamente busquei ser, e este mesmo desespero nos ceifou. Abandonei nosso lar.
Você me ensinou que não importa a afinação da canção, se ela vem do coração. Guardo nele, também, o primeiro devaneio proporcionado pelo fulgor do teu sorriso.
Voa, passarinha.
Voa.