aetheria verum — I: a acadêmica

Mário Carneiro
1 min readMar 11, 2019

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(é lugar-comum da literatura a existência de musas inspiradoras. idealizadas, pedestalizadas, inalcançáveis. a ideia aqui é, através dos mitos, agradecer e homenagear toda a profunda realidade que essas pessoas incríveis que passaram por minha vida adicionaram a ela. de uma forma ou de outra, por anos ou por olhares, todas se tornaram os tesouros mais valiosos de minha vida, e as carregarei para sempre em meu coração.)

infelizmente, nem às crianças escapa o mal dos estereótipos. mesmo no auge da inocência, a visão angelical de um ser humano pequeno, de cabelos loiros e olhos claros dificilmente passa batida. e foi neste choque celestial que senti, pela primeira vez, o tom do amor que ditaria indefinidamente o curso de minha vida.

o tempo, ainda bem, cuidou de desconstruir esta injusta áurea que a cultura nos faz impôr sobre as vistas e, curiosamente, é através do tal desencantamento do mundo que, hoje, ela cria beleza. cálculos e métodos se tornam ferramentas para desbravar os dilemas de nossos tempos, e a ciência, tão tardiamente, se assume socialmente como substantivo feminino e ganha novas e merecidas possibilidades.

(além disto, é difícil não reparar: os olhos…

continuam lindos.)

26/02/2017

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Mário Carneiro
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