Apresentação

Mário Carneiro
2 min readMay 17, 2019

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Bom…

O quê? Espera aí. O que são estas letras grandes?

Estas letras, meu caro Mario, são o que chamamos de letras maiúsculas. Quer dizer, você bem sabe disso. Então, por que parte essa dúvida daí, quando sabemos que o seu medo, na verdade, reside no que elas representam?

Sob o olhar sempre vigilante do Snaggletooth em meu antebraço, tento inaugurar uma nova linguagem sobre mim mesmo. Talvez as letras maiúsculas tenham demorado demais para surgirem. Talvez, como diz minha psicóloga, eu estou finalmente aprendendo a atribuir valor a outros pensamentos que não aqueles sobre outras pessoas. Enfim…

A ideia aqui é justamente a de inaugurar outra escrita, mas a tentação de uma certa formalidade é grande, né? Então, que tal começar do começo?

Meu nome é Mario Augusto, tenho vinte e seis anos na altura da escrita deste texto. Para fins de vislumbre de conclusões, por mais incômodo que seja, é necessário mencionar: minha vida sempre girou em torno de determinadas figuras e, bem, se obsessões por coisas já são bastante complicadas, quando se trata de outros seres humanos, aí agrava-se o ônus de, eufemisticamente falando, afetar a vida de outrem que (e aí eu me obrigo [por motivos ideológicos, porque a vontade natural é a contrária] a discordar de Saint-Exupéry) não é responsável por ter tão profundamente cativado meu coração.

Acho que existe uma certa leviandade na interpretação desta frase, principalmente no que diz respeito ao verbo “cativar”.

Seguindo em frente. Sou um homem branco, heterossexual e de classe média; atributos que considero fundamentais para a compreensão desta tão-não-original obra (caro leitor, saiba que você não está sozinho aqui, mas única e exclusivamente por minha conta). A despeito disso, tudo indica que preciso aprender a ver sentido na minha existência, até porque todo deprimido sabe que a pior parte da depressão é como nós atrapalhamos a vida dos normais, não é?

Tá, eu disse que precisava romper com minhas velhas barreiras, mas ainda me perturbo com a ideia de textos longuíssimos com tantos livros maravilhosos para ler (ainda que eu prefira os vídeo games, mas este é assunto para outro momento). Por enquanto, me contento com esta introdução. Acho que, tendo em vista minha completa ignorância perante a poética humana, não pude fazer jus às capacidades das prosas, e meus textos profundíssimos anteriores apenas embaraçavam esta muy nobre forma literária, portanto o esforço aqui é da simples escrita simples.

Tudo isso fará sentido com o tempo. Ou não. Você, ao menos, não precisa ficar aqui para ver.

Porém, se assim o quiser, seja bem-vindo.

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Mário Carneiro
Mário Carneiro

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