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Mário Carneiro
1 min readMar 7, 2019

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já havia passado de meia-noite. você chegou bocejando palavras desconexas, com a boca mole, cheirando a uísque e suor, mas eu ignorei, pois precisava de você e de seu amor. me deitei ao seu lado e envolutei meu corpo em seus braços.

na manhã seguinte, você desliga, por impulso, o despertador e eu perco a hora de sair para trabalhar. o carteiro entrega uma carta. contas atrasadas. o lixeiro deixou todo o entulho cair sob o portão, que despencou devido ao peso. no café-da-manhã, eu derrubo todo o café no uniforme e, pela pressa para sair de casa, projeto a porta em meu joelho.

me desculpa por aparentar como se meu mundo tivesse acabado, como se tivesse perdido minha melhor amiga, por amar e perdoar. siga em frente se você quer ser livre…

mas a última coisa que eu precisava,

hoje,

era que você me deixasse.

04/11/2017

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Mário Carneiro
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