D.C.B.
“Eu fiz tudo certo. Só errei quando coloquei sentimento” — Clarice Lispector
A melodia se repete. Diariamente. De hora em hora. Sempre os mesmos filmes, os mesmos cigarros. O mesmo dia.
O que ficou foi uma pessoa. O que se foi — também era pessoa. É difícil olhar(mos) para o agora e dizer: isto é uma pessoa. Ainda assim, sempre foi, é e será uma pessoa.
Este é um esboço, os primeiros parágrafos, suspiros e lágrimas no que (espera-se que) será um longo caminho; eu, tão somente um relator, uma testemunha da impunidade de deus. Escrevê-lo em letras minúsculas é pouco, muito pouco perto do que eu gostaria de causar nele. Desejar o mal a alguém no qual não se acredita na existência é como ser cortado da cabeça aos pés por uma faca de dois gumes.
Sou o copiloto de alguém que não pilota, não dirige, não escolhe.
Mas sente.
E isso é tudo.