Da sacada
“Deita
O corpo pra cá
Pra variar
A lua brilhando
No calcanhar
A rede balança
Sem descansar
E o tempo não cansa…”
(Na Varanda da Liz, A Coruja e o Coração, 2011)
Meu coração se recusa a aceitar que certas coisas têm lugar. Ele insiste em querer te trazer pro agora, para o meu lado, mesmo sabendo da inconsistência da proposta. Ele sabe que é lá, no passado, o seu lugar. A gente tem tanta história bonita de nós dois para contar e, verdade seja dita, os nossos momentos depois do nosso tempo foram sempre manchados por alguma melancolia ou nostalgia.
Por muito tempo, te ressenti por não dar o mesmo valor a tudo isso que eu chamo de nós. Quer dizer, eu sempre soube que é só uma questão de diferenças, mas é sempre mais fácil — e tentador — odiar a alteridade do que mergulhar nela.
Nós ficamos guardados numa caixinha, e tá tudo bem. Quando pego ela no fundo do armário para espiar lembranças, sempre abro um dos meus melhores sorrisos.