De coco e promessa
“If you go
And leave me down here on my own
Then I’ll wait for you”
Era só mais uma manhã como qualquer outra, e o fato de eu estar arrumando as malas enquanto você me olhava e amargava lágrimas nas pálpebras não mudaria o verde de nenhuma árvore nem o branco de nenhuma nuvem. Mas mudou toda a minha vida.
Eu acreditava nas decisões corretas, que tudo aquilo fazia sentido. Havia de fazer. Todo mundo me deixava muito livre, livre demais. Eu só queria que alguém tivesse me puxado com mais força.
Já não me lembro desta despedida. No entanto, não há dia em que eu não me recorde do sabor do reencontro. Isso que dizem sobre o tempo, a nostalgia e maquiagens não passa de um engodo quando o amor é real.
Por trás de todo o discurso lógico-coerente-coeso-racional que edificamos, a verdade é que os saltos que dei a fim de me apartar foram movidos unicamente por fé. Eu acreditava de coração que era o melhor para todos — ou ainda, estava consolidado todo o trabalho de convencimento do órgão que bater tanto assim não era saudável.
Enquanto fingia me preocupar com o futuro, o presente me encontrava na praça, pedia um suco no quiosque e me desejava boa sorte. Fechamos a conta e eu sorria, sem saber o quanto minha fraqueza e tolice ainda me fariam chorar.