Educandário
Quando penso no passado, costumo usar as séries escolares como referência. “Quando tinha doze anos, estava na sexta série. Ah, sim…”.
Ironicamente, nunca gostei de estudar. Só então percebo o papel da educação (usada, aqui, da forma mais ampla possível) em minha vida. Os amigos, os amores. Todos, de alguma forma, relacionados ao ambiente escolar e, mais não-tão-recentemente, universitário.
Não me entenda mal, o sonho pré-adolescente de uma sociedade sem escolas apenas ganhou a carapaça de Ivan Illich. O que a escola trouxe, entretanto, foi a centralidade da socialização para a compreensão de quem sou neste mundo. Nunca tive a ilusão do indivíduo como muitos; sempre esteve absolutamente clara para mim a dependência que nutro por aqueles à minha volta.
Venho tentando mobilizar meu coração para outros espaços da vida, tendo em vista o acúmulo de frustrações que armazeno em relação ao humano. No entanto, percebo cada vez mais que é somente através dele que tudo se dá, na verdade. O carpe diem frequentemente nos faz subestimar a dimensão espacial de nossas vidas, focando somente nos tempos — sejam eles considerados ganhados, ou perdidos.
O humano da vida congrega todas essa facetas. É por isso que fascina. E não mais negar-me-ei esta que é a melhor das aprendizagens.