Escrever é como espremer limões
“I know we can’t all stay here forever
So I’m gonna write my words on the face of today…And then they’ll paint it”
Você pode apertar e apertar, mas tem um limite pro tanto de suco que a frutinha pode soltar. Você pode até forçar, raspar os caroços, mas assume o risco iminente de estragar tudo!
É preciso tomar cuidado também com o tanto de água que se mistura. Na metáfora, acho que essa água seria o descanso, o lazer e o tempo da contemplação. Considero-a indispensável, mas, bem… tem gosto pra tudo.
Minhas limonadas são sempre bem açucaradas (o que penso que seria, grosso modo, o afeto por aquilo que se escreve). Novamente, há quem ache dispensável. Até bebo sem, mas acho que não conseguiria viver preparando e bebendo-as puras.
Muitos são os atributos e variáveis que contribuem para a constituição de uma bebida saborosa. Há de se considerar, também, a possibilidade de que nem todos os refrescos que você elabore na vida lhe proporcionem o regozijo daquele copo gelado que você tomou num quiosque à beira da praia debaixo do sol do verão — podem, inclusive, serem simplesmente ruins, azedos ou doces demais. O exemplo também reforça a importância do contexto: no frio do inverno, será que um chá ou café não cai melhor?
O suco é a alma do limão — é preciso respeitar seu tempo.
Saúde!