Eu juro que é a última vez que escrevo sobre ela. De verdade.
Como revela o título, este é sobre ela. Quem me conhece, sabe de quem se trata. Foram anos de rios de lágrimas em bares, textinhos cheios de figuras de linguagem para ora disfarçar, ora evidenciar o drama, e escapadas francesas de festas e encontros para estender o lamento às ruas de Campinas e suas adjacências, todas motivadas por essa história — que até então, eu considerara a história da minha vida. Agora que resolvi escrever dessa forma despretensiosa (?), acho que vale a pena retomá-la uma última vez.
Há dez anos atrás, um amigo querido, de infância, se indagava sobre o estado do meu coração, sabendo que eu já enfrentava as lacerações de outro término (o melodrama é constante na narrativa da minha vida). Resolveu me apresentar a uma amiga. A partir daí, sinta-se livre para imaginar aquelas cenas de comédias românticas onde o casalzinho começa a se conhecer e fazem palhaçadinhas mudas ao som de alguma música bubblegum no fundo (antigamente, havia até quem prestasse atenção nestas partes! Este que vos fala, evidentemente, incluso).
Hoje, estou me permitindo alguns privilégios. Dentre eles, o sabor dos números redondos. Todos deveriam sentir isso ao menos uma vez na vida: sabe aquela satisfação que dá quando as peças do Tetris se encaixam? Pois então. Hoje, eu zerei esse jogo. Finalmente, posso olhar para trás com toda a felicidade que essa história cheia de sentido trouxe para a minha vida.
Ah, desculpa, mas acho que, dessa vez, não vai dar para pensar em alguma frase interessante para terminar o texto.
Tem toda uma nova vida que estou ansioso demais para viver.