havemos de navegar
(às vezes, estamos em alto-mar e não conseguimos descansar. o barco pode balançar demais. eu procuro belezas. encontro uma foto sua, que afaga meu peito, e adormece comigo.)
é uma pena que seres humanos não sejam piscinas onde se pode mergulhar livremente. há profundidades que nem a água turva consegue esconder, pois nós somos mar: finitos em relação à terra, todavia, ilimitados enquanto poesia.
que iemanjá me permite ser sempre livre das certezas e mantenha viva esta paixão que tão custosamente nutro pelo desconhecido, que, apesar de ser pesado fardo, já me fez descobrir as mais lindas ondas.
(como é bonito esse oceano dos teus olhos e da tua alma! saiba que, por mais que o continente tente ofuscar teu brilho com seus sedimentos,
ele falha.)
28/07/2017