Implosão
“There is a blue one who can’t accept
The green one for living with
A fat one tryin’ to be a skinny one
Different strokes for different folks
And so on and so on and scooby-dooby-doobyWe got to live together”
Começa se ajeitando na cadeira. Depois, solta essa mandíbula. Será que é possível se obrigar a relaxar?
O maior dos problemas, sabe-se, é a barriga. Sem diminutivos, vai — todo mundo aqui é adulto. Da roupa preta à internalização de sua deflação ao nível do inconsciente, tudo que a gente faz é pra ver se ela dá um tempo. De pé até que dá pra disfarçar, mas é incrível como as pessoas têm expectativas até de quem tá sentado no banco do boteco tomando uma cerveja!
É impossível ser uma pessoa linda o tempo todo.
O problema é que, na passarela da vida pública, o grande amor da sua vida pode aparecer a qualquer momento, e essa pessoa não vai te amar se você, obrigatoriamente, também não se amar (ou qualquer coisa do tipo). Deus abençoe o controle que nos é proporcionado nas redes sociais — principalmente as de paquera! Nunca vi, nem curti um só pneuzinho. Fora das telinhas, por outro lado, é preciso se manter permanentemente alerta; ao menor sinal de prostração, reerga-se!
E é assim que, enquanto há gordos, gordas e gordes que se edificam, nós nos desabamos todos os dias nas ruas, nas praças e na frente do espelho.