Ligia
“Andei por andar, andei
E todo caminho deu no mar
Andei pelo mar, andei
Nas águas de Dona Janaína”
Da ausência, o claustro vira mundo. Toda gente já escreveu sobre o mar, mas deixo aqui meus cinquenta centavos.
Na pegada da areia, da barata-do-mar à beira d’água. Pele queimada, compensação. Sonho com quem já não está — reatualizo. É verdade, eu vim aqui com ela.
Naquele cais ali, meu amigo arriou as calças, mirou o cu pra onda e cagou nela. Copropoética superaquática, mas ninguém que faz troça da Rainha do Mar sai ileso. Certas escrevivências apostam alto demais.
De minha parte, porem:
Volto às raízes,
vejo-as profundas,
lá para depois de Atlântida,
de carona no búzio africano.
Sou sempre grato à hospitalidade. É vital ter para onde voltar.