Lugar-comum
“É uma ideia que existe na cabeça e não
Tem a menor pretensão de convencer”(Apenas Mais Uma De Amor, Mondo Cane, 1992)
Foi-se o tempo em que eu pensava que meu amor carecia de ser gritado do mais alto dos prédio, com o mais preenchido dos pulmões, ensurdecedoramente. Hoje compreendo: ainda que o anseio da paixão seja a eterna sedução suprema, o amor se manifesta, sobretudo, no cuidado. Com as palavras, gestos e expressões. “Quem ama, cuida” é o mais verdadeiro dos clichês. Sorte a nossa.
Todos os dias me redescubro e me reinvento nele, e, se me é permitida tal ousadia, arrisco dizer que só assim é possível existir. Quer dizer, não me entenda mal: meu amor tem rostos muito específicos. Não se trata do suspiro desesperado de nossos tempos, movido a distopias pré-fabricadas aos gostos dos nossos pesadelos. Trata-se de solidariedade, alteridade, companheirismo.
Saborear os toques das pessoas amadas.