Norte-Sul
“Borrifou um segredo pra fazer a lua,
temperou com calma teu desassossego,
empanou com areia tua calma santa,
salvou um beijo.Chorou na despedida,
mas gozaram chamas.
Amanheceu à guarda de esperar o sono,
desesperou de medo quando ficou tarde,
chamou minha atenção.”
Tu caças emoção como quem morre de fome. Tua sorte é que sei que o ser humano é um mistério inesgotável; minha vontade é a de te engolir, mas como quem come biscoito de água & sal pensando em filé mignon. Como o poeta, vais de raspas e restos, mas carente de flama na degustação.
És tão sem graça. Duvido que conseguirias lidar com todas as consequências de me beijar agora. Pegar na mão? Tu não podes tá falando sério! Vem cá, e logo, que tá ficando embaraçoso.
Vou te ensinar como é que se faz.
Quero ver até onde consegues chegar. Pega todas essas tuas dúvidas e joga-as do precipício, sem pensar duas vezes. Você bem que gostaria de uma Coca-Cola para misturar com esse rum agora, mas vai ter que ser cowboy mesmo. Será que aguentas?
[sons de afeto]
— E é melhor cê aprender logo que, por aqui, é bolacha, poeta do ardor.