o meu amar
é sereno como o sono de um bebê: às vezes ele acorda no meio da noite, implorando por carinho, mas boa parte do tempo se contenta com um paninho.
é simples; é o dedo mindinho dos amores. é tão pequenino que cabe o mundo todo nele. por isso, ele tem um jeito manso que, todavia, não é só teu. ele não pode ser de ninguém; não é propriedade. é como o ar: leve, contemplativo, universal.
é verbo porque é ação. é combustível. talvez consiga viver sem amor, mas não consigo imaginar viver sem amar.
é complicado; por querer ser livre, se acorrenta nas grades do intangível. têm medo de si mesmo, se entristece com a possibilidade de ser feliz demais; tese e antítese.
portanto, também sabe ser ódio, como o choro de um bebê: não sabe bem o por quê, mas não se contenta com o que tem se o que tem não é o ideal, o utópico.
a realidade é muito pouca para o meu amar… o que o torna o melhor dos doces deletérios.
20/11/2014