Os Machos Lacrimosos
“[N]o abismo que é pensar e sentir”
Passivo-agressividade enquanto regra de convívio era a lei que nos auto-impusemos, a fim de ultrapassar tudo aquilo que nos dilacerava. Foi necessário volver ao mais primal dos prantos para que nos libertássemos enquanto companheiros.
Eu gostaria de pensar que éramos um grupo de apoio no mais fundamental dos sentidos, como palafitas que sustentam moradias precárias e sem futuro. Do acúmulo de escombros, fizemos risos e vida que insistiu em ser, mesmo que por entre destroços e ruínas. Resiliência, como dizem aqueles que nada sabem sobre a insustentável leveza dos mais fúteis problemas.
E foi assim que fizemo-nos corações mais pesados que o céu, mas que ainda insistem em voar. Vielas escuras e litrões não nos enganam mais; entregamo-nos aos perigos noturnos sem fechar os olhos, nos fodendo como quem peida estando cagado. De escatologia em escatologia, Machos tornaram-se tão somente pessoas, e o choro que antes era suporte, hoje é só mais uma parte do dia.
Nessas mesmas vielas, a gente se reencontra vez outra e abraços sinceros sempre brotam das lágrimas e cervejas derramadas.