Passo-a-passo
“E como se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim
Ela teimou e enfrentou o mundo
Se rodopiando ao som dos bandolins” (Oswaldo Montenegro)
Conquistas sempre envolvem um mínimo de agressão. E, às vezes, tudo bem. Este é o dilema dos empurrões: é possível uma violência gentil?
Há, inclusive, de se pensar no plural aqui. Uma das violências que nos acomete certamente é a velocidade: dos nossos primeiros momentos, em contraste com as despedidas; da brevidade dos encontros e nossa história, às promessas e sonhos que nos protegem do frio, do medo e do mundo.
Todo mundo gosta da sensação do disparar do coração, mas me dê a mão. Neste balé, você me ensina os passos, e eu te mostro o gosto da desaceleração. Juntos, nós vamos aprendendo o ritmo dos nossos corpos e peitos.