Pessoa-amiga

Mário Carneiro
1 min readSep 12, 2022

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“And my heart skips a beat every time that we meet
It’s been a while and now your smile is almost like a memory
But then you’re back and I am fine”

Não sei o que escrever sobre minha amiga porque ela nunca existiu. Porque eu só a amei e, como é sabido, isso não é o bastante.

Por vezes, inclusive, é possível afirmar que pode ser deletério. Foi um amor autoritário, hediondo e amedrontado; punia toda e qualquer concorrência. Terminou — pobre coitado — do mesmo modo como me deixou:

Só.

“I can’t find the words to make it sound unique”

ela e deus sabem como ela tentou me amigar, é verdade. Hoje vejo como foi tenaz e serena; desfrutava dos risos e banalidades tão belas que, como faíscas, resultavam de nossos encontros. Eu, todavia, sempre fui vassalo do fogo, que fez de mim brasa.

Meu amor sufocou de nascitura a nossa amizade e agora já é tarde demais.

Por quê?

Exigiria um tratado para tal justificativa e eu, com efeito, sigo queimando.

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Mário Carneiro
Mário Carneiro

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