Pessoa-amiga
“And my heart skips a beat every time that we meet
It’s been a while and now your smile is almost like a memory
But then you’re back and I am fine”
Não sei o que escrever sobre minha amiga porque ela nunca existiu. Porque eu só a amei e, como é sabido, isso não é o bastante.
Por vezes, inclusive, é possível afirmar que pode ser deletério. Foi um amor autoritário, hediondo e amedrontado; punia toda e qualquer concorrência. Terminou — pobre coitado — do mesmo modo como me deixou:
Só.
Só ela e deus sabem como ela tentou me amigar, é verdade. Hoje vejo como foi tenaz e serena; desfrutava dos risos e banalidades tão belas que, como faíscas, resultavam de nossos encontros. Eu, todavia, sempre fui vassalo do fogo, que fez de mim brasa.
Meu amor sufocou de nascitura a nossa amizade e agora já é tarde demais.
Por quê?
Exigiria um tratado para tal justificativa e eu, com efeito, sigo queimando.