Presença ilustre

Mário Carneiro
2 min readNov 4, 2021

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“Mas o universo hoje se expandiu
E aqui de dentro a porta se abriu”

Então, é que a questão é o verbo. Não sei se era tanto sobre algo que queria te dizer; acho que o estar sintetiza o sentimento. Mas chega de meias palavras, divagações e, principalmente, pressuposições.

Tá.

Dia desses, peguei para te estudar. Claro que tô falando de astrologia. Sei que não é um conhecimento objetivo (ainda bem?) nem nada do tipo, mas confesso que me assustei quando li que pessoas da sua constelação

não abrem mão da autonomia de escolher quem vai receber seus afetos ou transitar no seu círculo, não apreciando “invasores” e reagindo a eles de maneira defensiva e hostil.

E a surpresa vem do fato de, esse tempo todo, eu saber que era esse o caso. Talvez eu não tenha direito a ouvi-lo da sua voz, é compreensível. Talvez meu destino seja a eterna indagação acerca dos motivos e critérios da escolha; se nesse controle de fronteiras, sou reservista ou meramente cidadão. Uma contrapartida. Um revés. Um limite.

Nômade ou sedentário?

Perdoa a metáfora boba, mas ela foi útil. O fato, de fato indiscutível, acho que finalmente entendi. Nós nunca (mais?) estaremos. O problema é que eu não sei e nem quero aprender a ser hóspede.

Prometo não mais requerer teu visto, mas acho que não consigo mais suportar a eventual visita.

Cruzar a divisa, agora, só se for para ficar.

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Mário Carneiro
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