Prófugo

Mário Carneiro
1 min readSep 10, 2019

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Qual é a idade na qual nós aprendemos pelo quê é válido sofrer?

Minha mais agridoce lembrança vem de quando eu não estava há sequer uma década neste plano (Freud intensifies). Não que tenham deliberadamente me ensinado, mas aprendi que é por uma ausência que a dor se legitimava.

Filmes, músicas, e tudo o mais da cultura me envolveram pelo mesmo caminho: a tal da mulher amada. Conceito mais sem-pé-nem-cabeça da história do Ser, que fez incontáveis vítimas — muito mais reais pra um lado do que para o outro, como o feminismo bem nos ensina.

Ah, o poder das câmeras de celulares populares do meio dos anos 00’s. Uma boa metáfora para a memória.

Estou na encruzilhada. Olhar para trás já não me diz muita coisa, e seguir na mesma direção carece de significado. As paralelas surgem como opções intrigantes, ainda que a pluralidade dos pontos cardeais seja um doce convite.

Presentemente, me sinto mais sensível. Aos afetos, à alteridade com meus pares. Aprendo cada vez mais sobre as doces incongruências de amar — agora, não só pessoas, mas objetos, momentos, pensamentos…

É deliciosamente desolador o ato de vagar.

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Mário Carneiro
Mário Carneiro

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