Radical
“Eu vou publicar seus segredos
Eu vou mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
O resto da minha alegria”
Acho que a verdade é que não gosto de quem ela se tornou e imagino que a recíproca seja verdadeira. Tudo bem pois quando penso, falo e sinto nós, não é a essas cascas ambulantes e desencantadas pelo mundo da mercadoria que me refiro.
É um desafio falar em desencantamento e ela. Max Weber não é meu forte. Além disso, basta um rápido relance em seu semblante pra ver como ela enxerga as miudezas, as belezas, o esmero de um deus. Nietzsche se emudeceria.
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha
Pra mim”
Talvez a diferença se dê no modo em que eu consigo imaginá-la embriagada de ódio e trocando de mal com Ele, sendo relegada a esse papel verde, reciclado da liberdade liberal…
Este bilhete já não mais tem endereço. Sei que minhas palavras em nada mais a ela fazem jus. Leia-me como quem ouve um velho comunista a delirar impropérios na praça da igreja, pois que é nos gritos que me liberto de um amor cujas raízes há muito ulceraram, mas que insiste em buscar um sol, uma luz, uma revolução.