Roda gigante
“Você tem flores na cabeça
E pétalas no coração
Tem raízes nos olhos, excitação
Acalanta o meu coração”
Pouco se diz sobre os perigos das brincadeiras. Os verdadeiros perigos. São arriscadas porque nos fazem vislumbrar além — da cotidianidade, do tangível, do possível. Resolveram chamar isso de imaginação e fincaram no coração da Vida uma eterna contradição insolúvel: é insuportável, porém escapável somente quando deixa de ser.
Acrofobia satisfaz aqueles que precisam nomear seu pavor de extrapolar e levitar. Não existe medo de altura — o que tememos é a Morte. Voar é o desejo planando a céu aberto, possível a todos aqueles que assumem suas insustentáveis levezas.
Que fiquemos presos na roda gigante naquele exato momento no qual todo o horizonte da cidade é visível a olhos e corpos nus. Vivamos planamente. Quando ela voltar a rodar, que saibamos apreciar sua cadência — são poucos os que, hoje em dia, fruem de suas paradas adequadamente.
Minhas palavras, agora, almejam emular a beleza que você capta com o olhar. Um diálogo multimidia no qual o meio é um parque de diversões repleto de nossas experimentações e sonhos.
A entrada é livre.