Tácito

Mário Carneiro
1 min readMay 2, 2022

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“De vez em quando na vida se pode encontrar
Raro, mas não impossível, de fato é amar
Existem muitas ciladas e muita ilusão
Existe gente afobada, idealização

Mas quando é pra sempre, pra sempre será
Mesmo que acabe, não vai terminar
Pois no final, na conclusão,

É bom ter tido um amor de verdade”

Sim, eu ainda sinto todos aqueles toques, olhares, gestos e palavras de você e de nós que tão exageradamente dissequei, de tão poucos exemplares. Gostaria de dizer que não, mas aquela cerveja, aquele poema e aquela canção ainda me levam ao coração da juventude, e lá nós somos nós; enquanto aqui, evidentemente já não mais.

Quer dizer, fica tranquila. Essa não é uma de minhas cenas, tampouco pretendo vez mais me ajoelhar e implorar para você ficar ou voltar. Não, não. Tudo que precisava ser dito já foi; o que faltou é o não-essencial, daqueles que só ficam por pura teimosia, como eu tanto tentei em sua vida.

“O amor comeu
meu medo da morte,
mas não o
da vida”

(pichação feita no muro da Igreja Santa Maria, em Jaguariúna-SP)

Não, não. Sei que o que permanece não dito é o que se pretere pelo disparate de simplesmente (ainda) ser. Contudo, não consigo deixar de te olhar. Te peço que apenas me dê isso, e te prometo meu mais incólume silêncio — até porque, como bem sabemos, nem toda palavra diz.

Sim, eu ainda sinto. Desculpa, é que eu só queria te dizer que.

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Mário Carneiro
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