transeunte

Mário Carneiro
1 min readMay 1, 2019

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eu olho pros lados, atravesso a rua, sigo em frente. fuço pelas janelas das casas e estabelecimentos comerciais, procurando algo que me desperte interesse, para bisbilhotar.

“everything i’ve had, but couldn’t keep”

miro aos olhos dos outros pedestres; todos eles têm suas vidas, suas preocupações, suas paixões. acho incrível: em nada dizem respeito a você! como podem sequer se importarem com coisas mundanas, como a sobrevivência, por exemplo, quando o azul dos teus olhos está por aí, a fitar outros fins, outros sonhos, outros…olhos?

sigo em frente. nem tanto pelo caminhar, mas por saber que seres humanos não andam de costas, e o regresso é uma violação do dever do homem de existir…

(ainda que cabalmente embaraçado, admito:

de vez em quando, dou uma passadinha na janela da tua casa, só para sonhar como você está,

e com o gosto dos teus olhos novamente).

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Mário Carneiro
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