tudo outra vez
esse ano, não terá textão de reveillón. não tô interessado em teorias, explicações e expectativas. da outra vez, eu desejei vida, e o que mais vimos foi a morte. tomara que aquela coisa de ciclos, yin-yang e tudo mais, faça sentido, mas, novamente, eu não quero nem saber…
esse ano, eu transformei o amor em uma sombra, um pesadelo, uma lágrima. memórias e ternuras oprimidas têm essa tendência a se tornarem demônios da alma. portanto, crianças, não façam isso em casa.
em contrapartida, também experimentei o perdão. sem novelização, dei o braço a torcer e, confesso, não me arrependo dos estalos. imagine alongar suas costas depois de duas décadas de posição fetal!
seguindo os conselhos e o exemplo de meu guru de sonho e de sangue, eu hei de persistir no medo de altura e do sertão da minha solidão, porém sempre insatisfeito, pois, quem sabe lá no trópico, reside o fim do termo saudade.
28/11/2016