um cigarro na cidade dos anjos

Mário Carneiro
1 min readMar 15, 2019

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todas as coisas que aprendi com dona maria se resumem no amor. talvez por capricho adolescente, sempre me opus à sua visão, mas acredito que agora enxergo mais claramente.

é impossível amar alguém, pois é simples.

explico.

o amor é como cantarolar.

cantarola-se com alguém ou para alguém, mas nunca alguém. é certo que, por vezes, cantarolamos sozinhos lindas canções, mas imagine as possibilidades que trazem duas vozes na mesma tonalidade!

dona maria nunca foi boa com as palavras (e provavelmente discordaria da analogia anterior, tendo em vista que considera fútil discursar sobre o amor), nem nunca viu na assim-chamada arte, diálogo. apreendeu na simplicidade dos desenhos e pinturas domesticas, na frugalidade da vida, seu lar.

esta é uma humilde tentativa de preservar suas belezas, que, por mais cotidianas que aparentam ser (e de fato, são), guardam cuidados e carinhos que texto algum traduz.

nem nunca irá.

“turn the page maybe we’ll find a brand new ending when we’re dancing in our tears”

31/12/2016

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Mário Carneiro
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